Estava super relutando pra escrever aqui. Detesto usar a primeira pessoa e ás vezes tenho uma preguiça e falta de vontade pra certas coisas que são insuperáveis. acredito mesmo que tenho sido uma pessoa melhor, com desejos mais sinceros e fundamentos mais concretos, mas sofro de uma demasiada preguiça das pessoas, de situações e de relacionamentos desnecessário. Hoje percebo o quanto me encanto com o rumo que as escolhas impõe, de uma forma ou outra, sobre quem toma suas próprias decisões. O fato é que eu gosto de assistir, gosto de ser espectadora das minhas próprias escolhas e das alheias, quando isso me cabe. É delicioso saber que uma única decisão divergente me pouparia ou remeteria à pessoas, situações e necessidades diferentes das que tenho agora, e a certeza que entre tantas fiz a mais acertada me traz um conforto encantador. Eu tenho sido muito coração, tenho ajeitado justificativas para todos e principalmente tenho aprendido a relevar, o que em muito não afeta meu humor e torna suave o que estimo: conforto. Se felicidade é uma utopia, conforto é o seu superlativo. Não me incomodo de ponderar, ajustar e reconsiderar. A verdade é que com o passar do tempo ficamos viciados a certos tipos de sentimentos, sendo eles bons ou ruins, gerando um vínculo dispensável no sentir e é surpreendente a quantidade de pessoas viciadas a esses sentimentos nocivos. Relações equivocadas nos fazem reconhecer que nem todo bem querer é suficiente quando o necessário é salvar as pessoas delas mesmas e nestes casos, não sou obrigada a concordar, mas não preciso me punir se aceitar como são de bom grado. " É necessário saber falar e calar, sobretudo saber ouvir para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Do gosto por ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim." Posso dizer então, ser uma pena Vinicius não ter conhecido muitos dos meus desejos.
